Armazenagem estratégica – CDA – e-commerce
Todo mundo sabe que o mercado e-commerce é extremamente competitivo, que todo recurso que se puder utilizar para agregar valor ao produto final é bem-vindo e um deles é possuir uma logística planejada com uma armazenagem estratégica.
Dentro desse processo, podemos dar dois tipos estruturais: estruturas escalonadas e diretas podendo ser tradicionais ou avançadas. As escalonadas consiste numa rede de distribuição com um ou mais armazéns centrais com centros de distribuição em menor escala localizados em regiões próximas à potenciais consumidores, conhecido como CDA – Centro de Distribuição Avançado.
Já as estruturas diretas são sistemas de distribuição onde os produtos tem sua origem de diversos fornecedores, de um ou vários armazéns centrais, diretamente para os consumidores. Exemplos são o Transit Point, Cross-Docking e Merge in Transit, que iremos detalhar mais adiante.
Voltando ao sistema escalonado, no CDA o estoque é posicionado estrategicamente em várias partes da cadeia de suprimento e seu principal objetivo é oferecer um atendimento mais rápido e eficiente, também buscando uma redução de custos, à regiões que estão geograficamente situadas longe dos pólos produtores.
Para realização desse sistema é necessária uma grande quantidade de estoque, por que possuirão vários centros de distribuição, obrigando um gerenciamento atento, pois um dos riscos é faltar mercadorias no estoque ou haver uma obsolescência por ter havido uma antecipação da demanda. Portanto a armazenagem seletiva é muito importante.
As estruturas diretas tradicionais são sistemas de distribuição que expedem os produtos diretamente para o consumidor final, através de um ou mais armazéns centrais, que sofrem para cumprir os prazos de entrega, geralmente maiores, devido à grande distância do consumidor em alguns casos, muitas vezes tendo seu custo de transporte mais elevado.
Falando sobre estruturas diretas avançadas, começando pelo Transit Point, que tem quase que a mesma definição dos CDAs, porém são caraterizados por não possuírem estoques, são mero intermediários, de um mesmo fornecedor. Para tal, os produtos que chegam à esse centro de distribuição já estão comprados e tem seu destino estabelecido, necessitando uma instalação com menor investimento, pois além de não haver necessidade de estocagem, não há atividades de picking (fracionamento de embalagens).
A existência desse sistema exige que tenha um volume suficiente para possibilitar o transporte de cargas consolidadas com frequência regular, e também que possua uma entrega programada, onde determinadas regiões geográfica são atendidas em dias da semana pré-fixados, com isso há uma acentuada perca de flexibilidade de atendimento.
Outro tipo de estrutura direta avançada seria a Cross-Docking, que tem exatamente a mesma definição da Transit Point, se não fosse pelo fato de haver um conjunto de fornecedores transitando pelo centro, separando-os por destinos. Com uma maior circulação de mercadorias de diferentes fornecedores e destinação variadas, é necessário um rígido controle desses produtos para evitar manobras erradas, e costumeiramente possuem um sistema automatizado de transferência de cargas.
Um detalhe que o diferencia do sistema anterior, é que há a necessidade muitas vezes de um espaço para estoque, mesmo que reduzido, em virtude do fornecimento de produtos de diversos locais, pois podem ocorrer esperas para completar a carga no veículo de transporte. É imprescindível a utilização de softwares de gerenciamento de armazenagens (WMS -Warehouse Management System), auxiliando também na coordenação de todas as partes envolvidas.
Por último, deixamos o Merge in Transit que é o modelo mais complexo de todos os citados neste artigo, conceito estendido do Cross-Docking aliado ao sistema Just in Time (modelo de gestão onde a matéria-prima ou produto só é adquirido ou transportado no momento exato à sua necessidade). Ele pode ser puro, ou seja sem estoque, ou misto, quando precisa ter estocado alguns itens.
Você pode ter estranhado a palavra “itens” onde se geralmente utiliza o termo “mercadoria”, que é algo já finalizado, mas o motivo é justamente este, esse sistema de distribuição além de oferecer os serviços de distribuição, também realiza a montagem de determinado produtos, através de componentes recebidos e de acordo com o pedido.
A exigência de gerenciamento e coordenação de todas as etapas dos processos, frisadas anteriormente, nesse caso, são triplicadas. Já que não só participam de forma a transportar, mas são parte integrante do lead times de produção dos fornecedores, obrigando também um nível de contratação mais qualificada.
Concluindo, é possível observar que há diversas formas de realizar o mesmo serviço, uns exigem um trabalho mais complexo e outros são mais simples, porém cada um tem seu ponto positivo e negativo, cabendo ao empreendedor, não só e-commerce como qualquer um, tomar uma decisão que atenda às suas necessidades e esteja dentro dos recursos disponíveis.